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quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

UMA CRIANÇA...

É princípio de noite
Os carros correm velozmente;
As pessoas chocam-se apressadamente.
Todos estão voltando para casa.
Todos querem isolar-se nos lares.


Todos querem alienar-se,
Todos.
Em meio a tanta gente
Uma criança... doente
Quem sabe?
Caminha indiferente a tudo
Sorri.
Sorri de quê?
Olho amargamente essa

criança.
Não parece gente, queria vê-la limpa
Normal, no seu lugar.


Quem será?
A quanto tempo está só?
Quantas pessoas te olharam e te deram o que comer?
Quanto mal sofreu e acha que teve o bem?
As pessoas continuam a passar,


Ela senta-se no chão e fica em silêncio.
E em silêncio continuará...
Porque morreu,
Morreu para todos.


Porque ninguém mais a vê.
Só estará viva para mim, por um pouco mais;
Enquanto Eu olhar;
Depois, para mim também morrerá.
Porque dela me esquecerei.


(Clenilda Dias Fagundes, Itabirinha - MG / 1991)

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