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sábado, 9 de dezembro de 2017

LIBERDADE, IGUALDADE, FRATERNIDADE e FODA-SE!!!

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade
de ”foda-se!” que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do
“foda-se!”? 


O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa
melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta.
* ”Não quer sair comigo? Então foda-se!”.
* ”Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”.
O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição Federal.
Os palavrões não nasceram por acaso, são recursos extremamente válidos e
criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a
maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. 
É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.
“Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a ideia de muita

quantidade do que “pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. 
* A Via-Láctea tem estrelas pra caralho;
* O Sol é quente pra caralho;
* O universo é antigo pra caralho;
* Eu gosto de cerveja pra caralho, entende?

No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta
negação, está o famoso “Nem fodendo!” 
O “Não, não é não!” e tampouco é nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade.
“Não, absolutamente não!” o substituem. 

O “Nem fodendo!” é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranquila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. 
* Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? 
Não perca tempo nem paciência. 
Solte logo um definitivo:
- “Marquinhos, presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!”. 
O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar
com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do
Lupicínio.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde
nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo
escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível
imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. 
* Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um “é PHD porra nenhuma!” ou;
* “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!”. 

O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. 
São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e mais recentemente o “prepone” - presidente de porra nenhuma. 

"Foda-se todo aquele metido a esperto que se aproveita
do trabalho realizado por outrem;
Nem fodendo merece o meu respeito.
Sua falta de caráter é grande pra caralho e,
é merecedor de sua promoção porra nenhuma!"
(Prof. Edmar Fernades)
Há outros palavrões igualmente clássicos. 
Pense na sonoridade de um “Puta que pariu!”, ou seu correlato “Pu-ta-que-o-pa-riu!!!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba. 
Diante de uma notícia irritante qualquer, um “puta-que-o-pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”? E sua maravilhosa e
reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cu!”
* Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no olho do seu cu!”. 

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. 
Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder
de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”
E sua derivação mais avassaladora ainda: ”Fodeu de vez!”

Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? 
Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. 
* Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem os documentos do carro e sem a carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala?
- “Fodeu de vez!”. 

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!
(Millôr Fernandes)

“Há homens que devem à esposa tudo o que são, mas em geral, os homens devem à esposa tudo o que devem.” (Millôr Fernandes)


“Só depois que a tecnologia inventou o telefone, o telégrafo, a televisão, a internet, foi que 
se descobriu que o problema de comunicação mais sério era o de perto.”
(Millôr Fernandes)

“Viver é desenhar sem borracha.”
(Millôr Fernandes)

“Depois de bem ajustado o preço, a gente deve sempre trabalhar por amor à arte.”
(Millôr Fernandes)

"Me arrancam tudo à força e depois me chamam de contribuinte."
(Millôr Fernandes)

“Dizem que o Governo, depois de proibir ao cidadão comum usar armas, vai proibir ao Exército possuir armas de uso exclusivo dos traficantes.”
(Millôr Fernandes)

"Só se morre uma vez. Mas é pra sempre."
(Millôr Fernandes)

Leia mais em, frasesfamosas.com.br 

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